Natalie Du Toit - Transformou o Impossível em Possível

Ela tem uma personalidade forte num dos esportes, talvez, mais duros da Olimpíada, mas ela ficou a beira do Rio Guadalquivir em Sevilha, tentando assimilar o que ela acabara de conquistar, Natalie du Toit não pode conter sua emoção.

"Me desculpe” ela disse “Eu acho que esta é a primeira vez que eu chorei após uma prova, pois isto significa muito para mim. É algo que eu sempre quis fazer na minha vida, e eu estou muito, muito feliz”.

Alguns minutos antes, Du Toit tinha tocado a placa de chegada e quarto lugar na prova de 10 Km, na Etapa de Sevilha do Mundial de Águas Abertas, uma posição tranqüila entre as 10 primeiras nadadora que conquistaram a vaga para as Olimpíadas de Pequim. Mas a partir do momento que se via todas as 50 nadadoras da prova saindo da água, enquanto Du Toit permanecia na beira, percebia-se que esta não era uma simples historia.

Isto até um membro da Equipe de Apoio da Seleção Sul-africana chegar com sua perna ortopédica (prótese) que a nadadora de 24 anos foi capaz de se juntar as outras nadadoras em terra firme. Impressionante, ela agora podia se ver alinhada com as melhores nadadoras de fundo que vão estar em Pequim, apesar do fato de ela ter tido uma de suas pernas amputadas sete anos atrás depois de um acidente.

Ela fez historia ao se tornar a primeira amputada a se qualificar para os Jogos Olímpicos, um feito que desafia qualquer lógica cientifica.

Seu segredo? Bem, não existe segredo, ela diz, apenas trabalho duro e uma determinação obsessiva. “Não existe outra escolha. Você tem que dedicar horas e horas ao treinamento físico na piscina, a preparação mental. Então você cai na água e da tudo de si. Você sequer pensa que esta nadando contra nadadoras normais, você apenas da o seu melhor, pois ali você é igual a todas as outras, e isto é o que conta”.

"Natação é minha paixão é algo que eu amo. Nadando eu me sinto como não houvesse nada de errado comigo. Eu pulo na agua e treino tao duro quanto qualquer outra pessoa. Eu tenho os mesmos sonhos, os mesmos objetivos. Não importa se você parece diferente. Voce continua o mesmo que as outras pessoas, pois voce tem o s mesmo sonho”.

As provas de Águas Abertas vão fazer sua estréia em Olimpíadas em Pequim e a presença de Du Toit na linha de largada é garantia de um dos raros momentos que os Jogos vão ter.

Aos 16 anos, e ainda com sua perna esquerda intacta, ela quase fez parte das Olimpíadas de 2000 em Sydney, mas com o acidente que sofreu sendo atingida por um carro quando retornava do treino, parecia que tinha encerrado sua carreira como nadadora. Porém, somente um ano depois ela já caia na piscina para uma competição de grande porte, que foram os Commonwealth Games em 2002, sendo a primeira atleta deficiente a participar do evento em iguais condições a todos os outros nadadores. Em 2004 ela falhou na tentativa de se classificar para os Jogos Olímpicos de Atenas, mas foi as Para-Olimpiadas e ganhou cinco medalhas de ouro. Mas o Sonho Olímpico continuava com ela.

"Eu penso que para mim tudo se resumia ao meu sonho que sempre tive de ir para as Olimpíadas. Eu havia sonhado com isto desde que eu tinha seis anos de idade e comecei a nadar, mas então eu não me classifiquei para Sydney. Depois do acidente eu apenas queria ver aonde eu poderia chegar, eu na época não imaginava que este dia poderia realmente chegar. Realmente nos primeiros cinco anos após o acidente eu melhorei demais e agora ter tido uma prova deste é realmente fantastico”.

A segunda colocada na prova, a britânica Cassie Patten, disse “Natalie é uma nadadora estupenda - muito, muito forte não somente fisicamente, mas principalmente mentalmente” “Para alguém superar tão horrível acidente e então se qualificar para a mais difícil prova da natação em Olimpíadas é realmente um feito fantástico”.

A história acima é a mais pura prova que transformar o IMPOSSÍVEL em POSSÍVEL está ao nosso alcance.

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