quarta-feira, junho 25, 2008

Natação e Estudo

Uma interessante matéria do Globo on Line sobre o Nadador Ben Wildman-Tobriner que aborda o esporte e o estudo em sua vida. Leia abaixo a integra da matéria ou clique aqui para ir direto ao site.

BEN WILDMAN-TOBRINER, CRAQUE NAS PISCINAS E NA SALA DE AULA
"Durante os quatro anos em Stanford, tentei balancear os estudos e meu tempo na piscina, e acho que ter usado o cérebro e o corpo ao mesmo tempo me ajudaram muito, dentro e fora das águas."
O Globo
Ao final da seletiva norte-americana de natação, que acontece a partir do próximo fim de semana em Omaha, principal cidade do estado de Nebraska, alguns dos maiores favoritos a medalhas em Pequim serão conhecidos. Ou seja, feras como Michael Phelps e Ian Crocker precisam passar por uma superpeneira contra excelentes atletas de todo o país se quiserem chegar às Olimpíadas. Nenhum dos qualificados, no entanto, terá dormido menos horas nos últimos meses que Benjamin Wildman-Tobriner (todos só o chamam de Ben), cuja história de dedicação ao esporte e aos estudos é surpreendente. Nascido em São Francisco há 23 anos, o atual campeão mundial dos 50m livre com o tempo de 21s88, em Melbourne-2007 (na final, ele superou o compatriota Cullen Jones, o então campeão do mundo Roland Schoeman, da África do Sul, além de Eamon Sullivan, australiano especialista na prova) divide o seu tempo entre as piscinas e um desejo: depois de se formar em Engenharia Biomédica em junho de 2007 por Stanford e após um intenso ano de estudos, ele acaba de ser admitido na Universidade da Califórnia, em San Francisco, onde cursará medicina. Tanto esforço parece ter valido a pena para Ben, que acredita que a combinação entre esporte e educação o torne um atleta mais completo. - Sempre achei que para nadar rápido eu deveria ter mais do que a natação em minha vida. Durante os quatro anos em Stanford, tentei balancear os estudos e meu tempo na piscina, e acho que ter usado o cérebro e o corpo ao mesmo tempo me ajudaram muito, dentro e fora das águas. Ter virado noites e noites estudando para entrar na faculdade de medicina é uma recompensa tão grande quanto o título mundial que conquistei - revela, por e-mail, o gigante de 1,93 que, administrando sozinho a carreira, sentou-se à mesa apenas com um advogado para discutir as bases de um contrato de quatro anos com uma marca de material esportivo, fechado em novembro de 2007. Filho de Michael Tobriner e Stephanie Wildman e irmão mais novo de Rebecca, Ben começou a carreira aos 12 anos nadando pelo clube da cidade. Um ano e uma série de recordes nacionais depois, foi convocado por Matthew "Berto" Roberto, lendário descobridor de talentos norte-americano, e começou a se destacar justamente quando passou a grande lição de sua vida. - Logo no começo da minha carreira aprendi com o Berto que poderia me divertir nadando. E é essa a mensagem que eu tento passar sempre aos meus companheiros: sem se divertir nas águas, nunca conseguiremos nadar no máximo de nossas capacidades. Feliz nas piscinas e consciente da importância tanto de uma medalha olímpica quanto de um diploma universitário que o aproxime de seu sonho, Ben é incapaz de dizer qual dos dois possuiria o valor mais importante em sua vida. - Esta é uma pergunta muito difícil de responder, porque a medalha olímpica e a minha formação em medicina estão nos meus planos. É verdade que já me graduei uma vez, e sei muito bem o tamanho da emoção, mas medicina é diferente para mim. E eu tenho certeza que se ganhar um ouro, prata ou bronze, me sentirei da mesma forma - conta. Outras situações fazem de Ben Wildman um atleta diferente. Em seu ano de novato na universidade, viajava com a equipe de natação e, substituindo aos jornalistas do The Stanford Daily (o jornal da faculdade), escrevia todas as matérias das competições - lembrando Pelé, o "escritor" Ben se referia ao nadador Ben na terceira pessoa, para a alegria dos colegas. Tanto esforço, digamos, jornalístico fez com que ele debutasse nas Olimpíadas em Atenas. Aos 19 anos, o mais jovem dos aspirantes à vaga olímpica dos EUA nos 50m não obteve tempo para entrar na equipe, mas ganhou uma credencial de imprensa e decidiu ir à Grécia para torcer pelos seus companheiros. Mas agora a situação é diferente. Quatro anos mais velho, Wildman quer estar nas piscinas chinesas em agosto. - Para os atletas norte-americanos, normalmente é mais difícil passar pelas seletivas daqui do que os duelos nos Jogos. Por isso, sei que preciso estar bem concentrado, porque os representantes serão conhecidos na batida de mão. Se tiver sucesso, quero curtir meu momento nas raias de Pequim e nadar da melhor maneira que puder - conta Ben, que destaca o brasileiro César Cielo (seu rival da Universidade de Auburn) como um dos possíveis rivais em Pequim. - Competi contra ele algumas vezes, sei do seu potencial e acredito que estar competindo no circuito universitário daqui faz com que ele se torne um atleta ainda mais qualificado. Apoiado por familiares, namorada e amigos em sua decisão de correr atrás de seu sonho estudantil, Ben, guitarrista nas horas vagas, tem recebido inúmeros convites para dar palestras a adolescentes e crianças a respeito da necessidade do estudo e do esporte. - Quando vou conversar com as crianças e jovens sobre natação e vida, tento explicar que eles podem ter sucesso na universidade e no esporte, sem que os dois caminhem tão distantes como vemos em alguns casos. Acredito fortemente que é possível se apaixonar por estes mundos, e se dar bem em ambos - finaliza Ben, que destaca a força mental como a maior qualidade do amigo Michael Phelps, considerado por ele como o melhor do mundo na atualidade.

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