PALMA: WHAT A SAMBA!
Essa foi a manchete da revista World of Swimming, publicação da FINA, logo após o Mundial. A performance dos nadadores brasileiros foi apenas uma amostra do que estaria por vir nos anos seguintes. Já antes do Mundial, os resultados brazucas eram impressionantes. Em julho de 1993, durante a disputa do Troféu José Finkel, em Santos, Gustavo Borges estabelecera o recorde mundial dos 100 livre (47.94). Na mesma competição, uma tentativa isolada reuniu Gustavo, Fernando Scherer, José Carlos de Souza Junior e Teófilo Ferreira no 4x100 livre. Resultado: mais um recorde mundial (3:13.97), superando em três centésimos a marca anterior da equipe sueca (na foto, Souza Junior, Borges e Xuxa comemoram).
Por isso, o Brasil chegou a Palma de Mallorca altamente credenciado nas provas de livre, e não decepcionou. A estréia em finais, no primeiro dia, com Gustavo Borges, não foi das melhores para ele: quinto lugar nos 200 livre (1:46.71). Mas no dia seguinte ele se recuperaria e, ao lado de José Carlos Souza Junior, Cassiano Leal e Teófilo Ferreira, conquistou a primeira medalha brasileira em mundiais de piscina curta: o bronze no 4x200 livre (7:09.38). No mesmo dia Rogério Romero raspou na medalha de bronze nos 200 costas, ao terminar em quarto lugar por 22 centésimos (1:55.90), mostrando que nem só de velocistas de livre vivia o país. No terceiro dia de competições, o favorito e recordista mundial Gustavo Borges foi surpreendido em sua especialidade, os 100 livre. Menos mal que pelo compatriota Fernando Scherer, o primeiro brasileiro campeão mundial em curta. A diferença foi pequena (48.38 x 42), e a imensa alegria do feito inédito de dois brasileiros no alto do pódio de um campeonato mundial! Com a vitória nos 100, Scherer chegou à final dos 50 livre no último dia como um dos favoritos, mas terminou na oitava posição (22.43).
O melhor estava reservado para a última prova do campeonato, o 4x100 livre masculino. Depois de nadarem Scherer (48.27), Teófilo (48.28) e Souza Junior (48.90), a vitória parecia impossível após os americanos terem aberto 1.56s de vantagem. Mas não contavam com Gustavo Borges, que posteriormente passaria a ser conhecido entre os próprios americanos como "Mr. Relay". A cada braçada o gigante brasuca se aproximava de Mark Henderson. A vitória veio com meio segundo de vantagem sobre os Estados Unidos, e melhor, com novo recorde mundial, estraçalhando a marca anterior (3:12.11)! A parcial de Gustavo, 46.66, foi a melhor do mundo na época, e que permaneceria como a mais rápida da história até 1998, quando foi melhorada pelo próprio Gustavo.
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