Abaixo um texto para pensar:
Quando eu tinha por volta de oito anos decidi estudar violão. Minhas aulas aconteciam nos fundos de uma quitanda, e por casualidade, o quitandeiro era também o professor.
Depois de alguns meses, tivemos nossa primeira prova prática. Eu estava seguro de que eu me sairia bem, já que comparado aos outros alunos, eu realmente estava tocando melhor.
Todos os alunos participaram da prova juntos, na mesma sala, um por vez. Enquanto um se apresentava, os outros ficavam observando.
Depois de todas as apresentações, mais do que nunca eu estava convicto de que teria a melhor nota, apesar de todos terem se esforçado bastante.
Em seguida, nosso professor iniciou seus comentários e avaliação sobre cada aluno. Quando chegou a minha vez, ele já havia avaliado outros três ou quatro alunos, e com base em suas notas eu estava convicto de que a minha seria dez ou muito próxima disso, porém , aquele professor olhou seriamente para mim e disse:
- Marco, você tocou muito bem. Bom ritmo e boa técnica. Meus parabéns. Sua nota é seis.
- O que? Como assim, seis? O senhor mesmo disse a eles que precisavam melhorar o ritmo, que devem praticar mais para não cometeram tantos erros, e deu a eles notas maiores que seis!
- É verdade Marco, sua apresentação foi a melhor de todas, porém eles deram tudo o que podiam dar, eles fizeram o melhor; você não. Você pode ir muito além daquilo que me mostrou hoje, por isso sua nota é seis.
Eu simplesmente encolhi os lábios, abaixei a cabeça, silenciei, e rapidamente entendi o que aquele professor estava querendo me ensinar: enquanto eu me comparava com meus colegas, ele me comparava com aquilo que sabia que eu poderia ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário