Musa das piscinas vira a página do Pan, se prepara para as Olimpíadas e já fala em encerrar a carreira
Lance!
RIO DE JANEIRO, 26/09/2007 23:10 Swim It Up! Clipping, Jornal Cariocas Esta notícia foi reproduzida para fins didáticos. Caso disponível, veja link no final desta página para ver o texto original. Quer comentar? Flávio Dilascio Eleita uma das atletas mais bonitas do mundo, a carioca Mariana Brochado é realmente uma morena de afogar qualquer marmanjo. Ela concedeu esta entrevista exclusiva ao Jornal Cariocas em seu clube, o Flamengo, com sua típica meiguice e espontaneidade. Com apenas 22 anos, a bela nadadora treina firme todos os dias com o objetivo maior de disputar sua segunda Olimpíada, no ano que vem, em Pequim. Paralelo a isto, Mariana cursa faculdade de Direito, para a qual pretende dedicar mais tempo a partir do próximo ano. A atleta revela que quer ser uma advogada vitoriosa e já pensa em encerrar a carreira como nadadora, embora ainda tenha pouca idade.
Ela conta que começou a nadar influenciada pelo pai, aos 4 anos, somente para praticar um esporte. Fala também sobre sua aparição no cenário esportivo nacional e suas principais emoções e decepções na carreira. Como não podia deixar de ser, citou sua tristeza por ter ficado de fora do Pan-Americano do Rio, mas que já virou esta página.
Comentou sobre o rótulo de musa e fez revelações interessantes, como a de que os homens sentem certo receio de se aproximarem dela. Como não podia faltar, a nadadora declarou toda sua paixão pela Cidade Maravilhosa e comentou sobre o orgulho de ser carioca.
CARIOCAS - É verdade que você começou a nadar por influência do seu pai?
Bem, eu tinha quatro anos de idade e meu pai sempre falava para mim e para o meu irmão que nós tínhamos que praticar algum esporte. Como nos finais de semana a gente ia muito ao clube e eu ficava o tempo todo na piscina, resolveram me colocar na natação. No início era só para praticar um esporte mesmo e ocupar o tempo, era só uma brincadeira. Só aos 13 anos, quando eu peguei a primeira etapa da Copa do Mundo que comecei a levar mais a sério, pois os treinadores falaram que eu poderia ter grandes resultados no futuro. A partir disso, comecei a fazer um trabalho mais específico e passei a me especializar nos 200 e 400m livre. Os resultados foram aparecendo aos poucos.
CARIOCAS - Dos 4 aos 6 anos de idade você ficou parada. O que te fez voltar ao esporte, a influência da família ou vontade própria ?
Tem aquela fase que você não sabe se quer continuar ou não, porque existe uma rotina bem desgastante. Mesmo quando eu era pequena, tinha aquele compromisso de estar todo dia treinando, sentindo dor, me dedicando. Eu acho que todo atleta já teve esse momento de querer parar. Mas meus pais e meu técnico me convenceram a voltar e me explicaram que tudo era uma fase. Daí eu continuei e passei a adorar ir ao clube para treinar e ficar com os meus amigos. A motivação voltou de novo, eu continuei e fui melhorando cada vez mais.
CARIOCAS - Você despontou no cenário esportivo com apenas 14 anos. Como foi lidar com isso sendo tão nova?
É, para falar a verdade, eu não conseguia assimilar direito as coisas que estavam acontecendo. Com 17 anos eu já era recordista sul-americana, com 18 voltei com duas medalhas do Pan, com 19 já estava na Olimpíada e hoje eu tenho 22 anos e já me acham bem “velhinha”, pois obtive resultados bem cedo. Para mim, a ficha não caiu até hoje de que eu sou uma atleta olímpica e acho que só vai cair mesmo quando eu parar de nadar e vir a próxima Olimpíada e pensar “já estive ali”. Sinto-me uma atleta, como tantas que existem por aí, uma nadadora que está se dedicando diariamente e que tem que abdicar de certas coisas para estar no clube todos os dias.
CARIOCAS - Você acha que 2001 foi seu melhor ano no esporte?
2001 foi um ano bem legal, eu tinha 17 anos e participei do meu primeiro Pan Pacífico, quando eu bati o meu primeiro recorde sul-americano nos 200m. Nesta época, eu realmente entrei para a seleção brasileira absoluta e estou até hoje (já são seis anos). Foi um ano bem especial, pois foi o início da minha trajetória na seleção. Mas cada ano tem um gostinho diferente, sua história. O ano de 2003 também foi muito bom, o ano passado idem.
CARIOCAS - Qual foi a maior emoção de toda a sua carreira?
Essa é difícil de responder, mas quando eu bati o meu primeiro recorde sul-americano foi uma emoção muito grande. A final na Olimpíada no revezamento 4x200m também foi muito emocionante. A gente entrou naquela piscina lotada, todo mundo gritando, berrando, daí eu perguntei para as meninas: “Tem mais alguém aí que também está arrepiada?”. Realmente isso é uma sensação muito gostosa, um momento único do atleta. Enfim, foi maravilhoso.
CARIOCAS - E o momento mais triste?
Com certeza foi este ano quando eu fiquei de fora do Pan-Americano, ainda mais aqui dentro de casa. Foi muito inesperado, uma surpresa muito grande, não só para mim como para a própria Manuela, que tirou a minha vaga, baixando muito o tempo dela. Mas esporte é assim, um dia a gente ganha, no outro a gente perde. E eu fui perder logo num Pan-Americano 15 aqui no Rio de Janeiro. Foi a minha primeira grande derrota na natação. Foi bem difícil lidar com isso, pois criaram uma expectativa muito grande em cima de mim e eu não pude corresponder. Mas eu já virei a página, quero estar nas Olimpíadas e no Sul-Americano do ano que vem e voltar para a seleção brasileira.
CARIOCAS - Você se sentiu realizada com sua participação nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, ou acha que poderia ter ido além?
Eu achava que poderia ter ido além nos 200m livre. Eu estava treinando muito bem e achava que bateria o meu recorde sul-americano, mas, infelizmente não consegui e acabei ficando em 23º. Acho que teria condições de ter pego uma semifinal. Eu era muito jovem, foi a minha primeira Olimpíada, eu fiquei muito nervosa com aquela pressão toda. No revezamento, eu nadei com o meu melhor tempo, as meninas me ajudaram bastante e fizemos um trabalho de equipe bem legal.
CARIOCAS - Como é a sua rotina? Consegue conciliar treinamento com faculdade e vida pessoal?
É complicada, mas como eu fiz isso a vida toda, acabei me acostumando. São cinco horas diárias de treinos, duas horas na piscina na parte da manhã, duas na parte da tarde, mais uma hora de musculação e alongamento. Depois disso tudo, ainda pego a bicicleta e vou para a faculdade, à noite. Estou no 6º período de Direito. Em resumo, meu dia começa às 6h da manhã e só termina às 11 da noite. Durante a semana não tenho tempo para mais nada e, quando chega o final de semana, eu só quero descansar após o treino da manhã de sábado. Se eu saio, é para um programa light, como praia, cinema, ou então fico em casa vendo um DVD.
CARIOCAS - Como é a sua alimentação? Possui alguma dieta especial, freqüenta nutricionista?
Já cheguei a freqüentar nutricionista, mas, hoje em dia, não tenho mais esse acompanhamento. Eu treino muito, tenho um desgaste diário grande, então meio que posso comer de tudo à vontade, porque, duas horas depois, eu já gastei tudo no treino. Só nos finais de semana que eu saio um pouquinho da dieta, porque ninguém é de ferro. Comer uma besteirinha vez ou outra até que cai bem, não é? (Risos).
CARIOCAS - Quem são os seus melhores amigos dentro do esporte?
A Rebeca Gusmão (nadadora) é uma das minhas melhores amigas. Fiquei muito feliz por ela nesse Pan- Americano, pois foi a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro para o Brasil. Foi mais do que merecido porque ela teve vários problemas esse ano, tanto pessoais como financeiros, e conseguiu se superar. Foi uma volta por cima. Tenho a Rebeca como amiga desde os 15 anos, quando competíamos juntas.
CARIOCAS - Você foi eleita a musa das Olimpíadas de Atenas. Como é para você ser conhecida como uma das mulheres mais bonitas do esporte mundial?
Esse posto para mim já passou (risos), pois eu fiquei de fora desse Pan e agora as musas são as gêmeas do nado sincronizado. Mas isso surgiu no Pan de Santo Domingo. Eu fiquei até chateada porque trouxe duas medalhas – uma de prata e uma de bronze – e isso até ficou esquecido. Se beleza fosse essencial para mim, eu teria sido modelo, teria preferido outra carreira. Mas, no geral, é gostoso. Toda mulher gosta de ser chamada de bonita. É bom para o ego de qualquer um. Só que o meu objetivo principal é dentro d’água.
CARIOCAS - O assédio masculino tornou-se maior depois que você ficou famosa?
Pelo contrário, parece que os homens têm medo de chegar (risos). Me idolatram muito, parece que eu sou um outro ser. As pessoas me olham muito sim, mas de chegar e falar são poucos que fazem isso. Não sei se minha imagem criou uma intimidação. Não sou muito assediada.
CARIOCAS - Seu namorado tem ciúmes deste rótulo de musa?
A maioria de meus namorados sempre foram atletas – o atual também é – então já conhecem essa situação. Eles também passam por isso. O ciúme às vezes rola, mas, quando você gosta de alguém, tudo se supera. A base de um relacionamento está na confiança.
CARIOCAS - Você já pensou em fazer algum trabalho artístico como modelo ou posar para uma revista?
Eu já fiz algumas fotos para umas lojas de roupa. Ficou um trabalho bem legal. Nunca pintou uma proposta muito grande. Não sei bem como é esse mundo artístico. Caso apareça uma oportunidade, eu poderia até ver como é esse tipo de trabalho só que, o meu objetivo principal está dentro d’água.
CARIOCAS - O que você, como boa carioca, poderia dizer sobre a sua cidade?
A cidade é maravilhosa mesmo! Como sou nadadora, tive a oportunidade de viajar o mundo inteiro e posso dizer que o Rio é uma das cidades mais bonitas desse planeta. Tenho muito orgulho em ser carioca. Pena que a cidade está muito violenta. É muito ruim termos que ficar trancados em casa, com medo de sair, com tanta coisa boa para se aproveitar aqui.
CARIOCAS - Você moraria em outro lugar que não fosse o Rio?
Acho difícil me ver morando em outro lugar. Eu nasci e cresci aqui e pretendo continuar vivendo no Rio de Janeiro. O carioca é muito receptivo, muito caloroso. Nas competições lá fora, a gente vê que o povo é mais frio, mais contido. Veja a festa que o povo carioca fez nesse Pan- Americano e o quanto isso ajudou os atletas e o quanto isso influenciou no resultado deles. Então é muito bom viver numa sociedade desse tipo, onde tudo é motivo de festa, de alegria e de carnaval. É por isso que o Rio atrai tantos turistas, por esse clima que o povo acaba fornecendo.
CARIOCAS - Se você tivesse que escolher três maravilhas do Rio, quais você indicaria?
O Cristo Redentor, lógico, como já foi votado como uma das sete maravilhas do mundo, o Aterro do Flamengo e o Pão-de-Açúcar, que eu também acho lugares fantásticos.
CARIOCAS - Quais são as suas perspectivas para o futuro?
Pretendo ir para a Olimpíada no ano que vem. Esse é o sonho de todo atleta, e vou concentrar todos os meus esforços nisso. Quero começar a estagiar também, pois já vou passar para o 7º período de Direito. Talvez isso seja o início do processo de encerramento da minha carreira, pois será muito difícil conciliar as duas atividades. Daqui a dois anos, estarei me formando e pretendo seguir a carreira de advocacia mesmo. Não sei em que área, ainda não me decidi. Só sei que quero ser tão bem sucedida como fui na natação.
Um comentário:
OLIMPÍADAS
PEQUIM QUE ME AGUARDE!
Musa das piscinas vira a página do Pan, se prepara para as Olimpíadas e já fala em encerrar a carreira
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RIO DE JANEIRO, 26/09/2007 23:10
Swim It Up! Clipping, Jornal Cariocas
Esta notícia foi reproduzida para fins didáticos. Caso disponível, veja link no final desta página para ver o texto original.
Quer comentar?
Flávio Dilascio
Eleita uma das atletas mais bonitas do mundo, a carioca Mariana Brochado é realmente uma morena de afogar qualquer marmanjo. Ela concedeu esta entrevista exclusiva ao Jornal Cariocas em seu clube, o Flamengo, com sua típica meiguice e espontaneidade. Com apenas 22 anos, a bela nadadora treina firme todos os dias com o objetivo maior de disputar sua segunda Olimpíada, no ano que vem, em Pequim. Paralelo a isto, Mariana cursa faculdade de Direito, para a qual pretende dedicar mais tempo a partir do próximo ano. A atleta revela que quer ser uma advogada vitoriosa e já pensa em encerrar a carreira como nadadora, embora ainda tenha pouca idade.
Ela conta que começou a nadar influenciada pelo pai, aos 4 anos, somente para praticar um esporte. Fala também sobre sua aparição no cenário esportivo nacional e suas principais emoções e decepções na carreira. Como não podia deixar de ser, citou sua tristeza por ter ficado de fora do Pan-Americano do Rio, mas que já virou esta página.
Comentou sobre o rótulo de musa e fez revelações interessantes, como a de que os homens sentem certo receio de se aproximarem dela. Como não podia faltar, a nadadora declarou toda sua paixão pela Cidade Maravilhosa e comentou sobre o orgulho de ser carioca.
CARIOCAS - É verdade que você começou a nadar por influência do seu pai?
Bem, eu tinha quatro anos de idade e meu pai sempre falava para mim e para o meu irmão que nós tínhamos que praticar algum esporte. Como nos finais de semana a gente ia muito ao clube e eu ficava o tempo todo na piscina, resolveram me colocar na natação. No início era só para praticar um esporte mesmo e ocupar o tempo, era só uma brincadeira. Só aos 13 anos, quando eu peguei a primeira etapa da Copa do Mundo que comecei a levar mais a sério, pois os treinadores falaram que eu poderia ter grandes resultados no futuro. A partir disso, comecei a fazer um trabalho mais específico e passei a me especializar nos 200 e 400m livre. Os resultados foram aparecendo aos poucos.
CARIOCAS - Dos 4 aos 6 anos de idade você ficou parada. O que te fez voltar ao esporte, a influência da família ou vontade própria ?
Tem aquela fase que você não sabe se quer continuar ou não, porque existe uma rotina bem desgastante. Mesmo quando eu era pequena, tinha aquele compromisso de estar todo dia treinando, sentindo dor, me dedicando. Eu acho que todo atleta já teve esse momento de querer parar. Mas meus pais e meu técnico me convenceram a voltar e me explicaram que tudo era uma fase. Daí eu continuei e passei a adorar ir ao clube para treinar e ficar com os meus amigos. A motivação voltou de novo, eu continuei e fui melhorando cada vez mais.
CARIOCAS - Você despontou no cenário esportivo com apenas 14 anos. Como foi lidar com isso sendo tão nova?
É, para falar a verdade, eu não conseguia assimilar direito as coisas que estavam acontecendo. Com 17 anos eu já era recordista sul-americana, com 18 voltei com duas medalhas do Pan, com 19 já estava na Olimpíada e hoje eu tenho 22 anos e já me acham bem “velhinha”, pois obtive resultados bem cedo. Para mim, a ficha não caiu até hoje de que eu sou uma atleta olímpica e acho que só vai cair mesmo quando eu parar de nadar e vir a próxima Olimpíada e pensar “já estive ali”. Sinto-me uma atleta, como tantas que existem por aí, uma nadadora que está se dedicando diariamente e que tem que abdicar de certas coisas para estar no clube todos os dias.
CARIOCAS - Você acha que 2001 foi seu melhor ano no esporte?
2001 foi um ano bem legal, eu tinha 17 anos e participei do meu primeiro Pan Pacífico, quando eu bati o meu primeiro recorde sul-americano nos 200m. Nesta época, eu realmente entrei para a seleção brasileira absoluta e estou até hoje (já são seis anos). Foi um ano bem especial, pois foi o início da minha trajetória na seleção. Mas cada ano tem um gostinho diferente, sua história. O ano de 2003 também foi muito bom, o ano passado idem.
CARIOCAS - Qual foi a maior emoção de toda a sua carreira?
Essa é difícil de responder, mas quando eu bati o meu primeiro recorde sul-americano foi uma emoção muito grande. A final na Olimpíada no revezamento 4x200m também foi muito emocionante. A gente entrou naquela piscina lotada, todo mundo gritando, berrando, daí eu perguntei para as meninas: “Tem mais alguém aí que também está arrepiada?”. Realmente isso é uma sensação muito gostosa, um momento único do atleta. Enfim, foi maravilhoso.
CARIOCAS - E o momento mais triste?
Com certeza foi este ano quando eu fiquei de fora do Pan-Americano, ainda mais aqui dentro de casa. Foi muito inesperado, uma surpresa muito grande, não só para mim como para a própria Manuela, que tirou a minha vaga, baixando muito o tempo dela. Mas esporte é assim, um dia a gente ganha, no outro a gente perde. E eu fui perder logo num Pan-Americano 15 aqui no Rio de Janeiro. Foi a minha primeira grande derrota na natação. Foi bem difícil lidar com isso, pois criaram uma expectativa muito grande em cima de mim e eu não pude corresponder. Mas eu já virei a página, quero estar nas Olimpíadas e no Sul-Americano do ano que vem e voltar para a seleção brasileira.
CARIOCAS - Você se sentiu realizada com sua participação nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, ou acha que poderia ter ido além?
Eu achava que poderia ter ido além nos 200m livre. Eu estava treinando muito bem e achava que bateria o meu recorde sul-americano, mas, infelizmente não consegui e acabei ficando em 23º. Acho que teria condições de ter pego uma semifinal. Eu era muito jovem, foi a minha primeira Olimpíada, eu fiquei muito nervosa com aquela pressão toda. No revezamento, eu nadei com o meu melhor tempo, as meninas me ajudaram bastante e fizemos um trabalho de equipe bem legal.
CARIOCAS - Como é a sua rotina? Consegue conciliar treinamento com faculdade e vida pessoal?
É complicada, mas como eu fiz isso a vida toda, acabei me acostumando. São cinco horas diárias de treinos, duas horas na piscina na parte da manhã, duas na parte da tarde, mais uma hora de musculação e alongamento. Depois disso tudo, ainda pego a bicicleta e vou para a faculdade, à noite. Estou no 6º período de Direito. Em resumo, meu dia começa às 6h da manhã e só termina às 11 da noite. Durante a semana não tenho tempo para mais nada e, quando chega o final de semana, eu só quero descansar após o treino da manhã de sábado. Se eu saio, é para um programa light, como praia, cinema, ou então fico em casa vendo um DVD.
CARIOCAS - Como é a sua alimentação? Possui alguma dieta especial, freqüenta nutricionista?
Já cheguei a freqüentar nutricionista, mas, hoje em dia, não tenho mais esse acompanhamento. Eu treino muito, tenho um desgaste diário grande, então meio que posso comer de tudo à vontade, porque, duas horas depois, eu já gastei tudo no treino. Só nos finais de semana que eu saio um pouquinho da dieta, porque ninguém é de ferro. Comer uma besteirinha vez ou outra até que cai bem, não é? (Risos).
CARIOCAS - Quem são os seus melhores amigos dentro do esporte?
A Rebeca Gusmão (nadadora) é uma das minhas melhores amigas. Fiquei muito feliz por ela nesse Pan- Americano, pois foi a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro para o Brasil. Foi mais do que merecido porque ela teve vários problemas esse ano, tanto pessoais como financeiros, e conseguiu se superar. Foi uma volta por cima. Tenho a Rebeca como amiga desde os 15 anos, quando competíamos juntas.
CARIOCAS - Você foi eleita a musa das Olimpíadas de Atenas. Como é para você ser conhecida como uma das mulheres mais bonitas do esporte mundial?
Esse posto para mim já passou (risos), pois eu fiquei de fora desse Pan e agora as musas são as gêmeas do nado sincronizado. Mas isso surgiu no Pan de Santo Domingo. Eu fiquei até chateada porque trouxe duas medalhas – uma de prata e uma de bronze – e isso até ficou esquecido. Se beleza fosse essencial para mim, eu teria sido modelo, teria preferido outra carreira. Mas, no geral, é gostoso. Toda mulher gosta de ser chamada de bonita. É bom para o ego de qualquer um. Só que o meu objetivo principal é dentro d’água.
CARIOCAS - O assédio masculino tornou-se maior depois que você ficou famosa?
Pelo contrário, parece que os homens têm medo de chegar (risos). Me idolatram muito, parece que eu sou um outro ser. As pessoas me olham muito sim, mas de chegar e falar são poucos que fazem isso. Não sei se minha imagem criou uma intimidação. Não sou muito assediada.
CARIOCAS - Seu namorado tem ciúmes deste rótulo de musa?
A maioria de meus namorados sempre foram atletas – o atual também é – então já conhecem essa situação. Eles também passam por isso. O ciúme às vezes rola, mas, quando você gosta de alguém, tudo se supera. A base de um relacionamento está na confiança.
CARIOCAS - Você já pensou em fazer algum trabalho artístico como modelo ou posar para uma revista?
Eu já fiz algumas fotos para umas lojas de roupa. Ficou um trabalho bem legal. Nunca pintou uma proposta muito grande. Não sei bem como é esse mundo artístico. Caso apareça uma oportunidade, eu poderia até ver como é esse tipo de trabalho só que, o meu objetivo principal está dentro d’água.
CARIOCAS - O que você, como boa carioca, poderia dizer sobre a sua cidade?
A cidade é maravilhosa mesmo! Como sou nadadora, tive a oportunidade de viajar o mundo inteiro e posso dizer que o Rio é uma das cidades mais bonitas desse planeta. Tenho muito orgulho em ser carioca. Pena que a cidade está muito violenta. É muito ruim termos que ficar trancados em casa, com medo de sair, com tanta coisa boa para se aproveitar aqui.
CARIOCAS - Você moraria em outro lugar que não fosse o Rio?
Acho difícil me ver morando em outro lugar. Eu nasci e cresci aqui e pretendo continuar vivendo no Rio de Janeiro. O carioca é muito receptivo, muito caloroso. Nas competições lá fora, a gente vê que o povo é mais frio, mais contido. Veja a festa que o povo carioca fez nesse Pan- Americano e o quanto isso ajudou os atletas e o quanto isso influenciou no resultado deles. Então é muito bom viver numa sociedade desse tipo, onde tudo é motivo de festa, de alegria e de carnaval. É por isso que o Rio atrai tantos turistas, por esse clima que o povo acaba fornecendo.
CARIOCAS - Se você tivesse que escolher três maravilhas do Rio, quais você indicaria?
O Cristo Redentor, lógico, como já foi votado como uma das sete maravilhas do mundo, o Aterro do Flamengo e o Pão-de-Açúcar, que eu também acho lugares fantásticos.
CARIOCAS - Quais são as suas perspectivas para o futuro?
Pretendo ir para a Olimpíada no ano que vem. Esse é o sonho de todo atleta, e vou concentrar todos os meus esforços nisso. Quero começar a estagiar também, pois já vou passar para o 7º período de Direito. Talvez isso seja o início do processo de encerramento da minha carreira, pois será muito difícil conciliar as duas atividades. Daqui a dois anos, estarei me formando e pretendo seguir a carreira de advocacia mesmo. Não sei em que área, ainda não me decidi. Só sei que quero ser tão bem sucedida como fui na natação.
CAMPEÕES NÃO DESVIAM OS OLHOS DO OBJETIVO.(WLAD).
ROSE ADDE
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