segunda-feira, maio 25, 2009

Braço Reto X Braço Dobrado

Quando estava na Austrália em 1997, acompanhei durante um ano boa parte da preparação do nadador Michael Klim e Alex Popov. Dois nadadores, dois fenômenos da natação, dois Recordistas Mundiais... Dois estilos completamente diferentes. Michael Klin - BRAÇO RETO. Alex Popov - BRAÇO DOBRADO. Ambos com estilos adaptados ao seu corpo e técnica. Ambos treinados pelo mesmo técnico na época - Gennadi Touretski. Lembro que varias vezes conversei com Gennadi sobre a técnica de braço estendido de Michael Klin e o que ele buscava com tal estilo.

Quando voltei ao Brasil e conversava com os treinadores brasileiros, eles me perguntavam por que acreditava nesta técnica para alguns nadadores. Sempre diziam que era um estilo ultrapassado. Assim comecei meus estudos para introduzir este estilo com nadadores que pudessem assimilá-lo. No Paineiras quando iniciamos os treinamentos no Mirim e Petiz já é claro para todos que o nado tem de ser grande e por isso nadamos com o braço reto, respiração em ambos os lado, muito rolamento de corpo e com poucas braçadas. Depois conforme o nadador vai assimilando o treinamento vamos modificando e aprimorando o nado do atleta. Inclusive já coloquei aqui alguns posts a respeito deste trabalho (clique AQUI e AQUI para ler dois dos posts) que temos. Agora novamente estamos acompanhando duas grandes polemicas no mundo da natação. A primeira todos sabem - Trajes de Competição. A segunda é - O Michael Phelps vai mudar a técnica de nado!
No caso da primeira temos que esperar que os Dirigentes da FINA cheguem a um consenso e definam realmente qual traje é permitido e qual não é .
No segundo caso, da mudança do nado do Michael Phelps, ele esta fazendo uma boa jogada de marketing e também tentando se adaptar a um novo programa de provas e para isso está tentando novos rumos a sua técnica de nado.
O Braço Reto vem sendo utilizado atualmente por um grande número de nadadores, em especial velocistas. Os recordistas mundiais de 50 e 100 Livre tanto feminino quanto masculino utilizam-se da técnica. Vários nadadores brasileiros utilizaram a técnica no Maria Lenk. Neste final de semana no Sul Brasileiro Guilherme Roth quebrou os Recordes das provas de 100 Livre e 200 Livre também utilizando o braço reto.
Bem... Ainda me lembro quando na borda da piscina conversava com alguns treinadores que diziam que braço reto era coisa do passado... Acho que o passado voltou!
Porém, temos que imaginar que o braço reto somente se adapta a uma parcela pequena de nadadores e que a grande maioria dos nadadores de crawl nadam com o cotovelo flexionado. O nadador tem de executar este estilo (braço reto) com perfeição uma vez que acarreta maior stress sobre os ombros se não executar corretamente o rolamento do corpo.

Abaixo um post do BESTSWIMMING sobre a técnica de braço reto de Michael Phelps.

De novo não tem nada. Talvez ficou um pouco fora de moda por um tempo, mas voltou com tudo. O primeiro a fazer isso, e muito bem, foi Michael Klim. Ele arrasou no início da década de 90 sendo o segundo (e último) homem da história a bater os recordes mundiais dos 100 livre e 100 borboleta. Klim trouxe a sua flexibilidade de ombro para o nado livre se tornando o melhor do mundo e com um estilo que virou referência. A holandesa Inge de Bruin fez um training camp na Austrália e voltou nadando assim também. O estilo até chegou a ser utilizado por vários atletas em todas as partes do mundo mas caiu um pouco em desuso.

Nos dois últimos anos, a técnica voltou a ser mais vista nas provas de velocidade. Alguns executam em algumas partes da prova, outras em toda a sua extensão. Da nova geração, Eamon Sullivan quebrou os recordes mundiais dos 50 e 100 livre no ano passado com a nova técnica do braço extirado. Este ano, Libby Trickett foi treinar com o técnico de Sullivan, Grant Stoelwinder que já mudou a técnica da velocista australiana.

No NCAA, virou rotina os atletas terminarem suas provas de livre com os braços extirados. A técnica foi muito bem descrita há dois anos por Mike Bottom numa clínica da ASCA. Bottom sugere que a mudança no final de prova tira o stress de determinada musculatura fazendo com que o nadador aumente a sua frequência e com melhor propulsão. No Brasil, já temos vários nadadores utilizando a técnica entre eles Nicolas Oliveira que faz de forma perfeita.

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